quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Entrevista da semana: Dulce Póvoa


Dulce Póvoa
Directora dos Sub-14 Masculinos

Que balanço faz do trabalho realizado até ao momento no escalão de Sub-14 Masculinos?
É um balanço extremamente positivo. É notória a evolução dos miúdos. Nos últimos dois anos os atletas tiveram uma evolução enorme, no entanto este ano estão com muito mais garra e vontade de vencer. Talvez porque a idade é outra e a forma de estar e encarar o desporto também é outra.

Do ponto de vista directivo, quais os principais objectivos a perseguir ao longo da época?
Os objectivos estão um pouco limitados porque os parcos recursos financeiros a isso nos obrigam. No entanto, o meu objectivo, bem como de todos os outros elementos da Direcção, é chegar o mais longe possível. A partir de um certo escalão a formação é importante, mas por muito que se diga o contrário as vitórias são “fantásticas”.

A PT tem duas equipas de Sub-14 Masculinos, embora se pretenda que todos funcionem como um só grupo. Que aspectos positivos encontra neste modelo de funcionamento?
São vários os aspectos positivos, mas gostaria de realçar dois que considero essenciais. Um é o facto de os “miúdos” não sentirem tanto as diferenças que possam existir entre eles e, portanto, não se considerem melhores ou piores que os outros, porque as suas qualidades/defeitos estão mais equilibrados. Por outro lado penso que para os técnicos é mais fácil trabalharem os “miúdos” de forma a atingirem os seus objectivos previamente definidos, uma vez que podem fazer um trabalho além do colectivo também mais individual, aproveitando as características de cada um. Penso que, de outra forma, um trabalho com o mínimo de qualidade seria impensável com a quantidade (felizmente) de atletas que o grupo de Sub-14 tem.

O facto de a equipa B estar a funcionar em moldes idênticos aos da equipa A, com igual número de treinos semanais, parece-lhe um bom passo no sentido do futuro?
Claro. As oportunidades têm que ser o mais idênticas possível, porque os B não podem ser os ”outros”. Têm que ser tratados de igual forma para que possam também vir a pertencer ao grupo A, não só pela idade mas também pela sua evolução.

Os Sub-14 têm alternado momentos de intenso trabalho com outros de enorme alegria, entusiasmo e permanente boa disposição. Essa é uma das características principais do grupo?
Essa sempre foi uma característica “fantástica” do grupo. É próprio da idade a sua imensa alegria e boa disposição, mas quando são chamados a trabalho não dizem não.

Já se referiu ao grupo como "A Família dos Iniciados PT". Essa é a expressão que melhor define o grupo?
É uma “familiazinha” dentro da “Família PT”, que foi sendo constituída/cimentada ao longo dos últimos 3/4 anos em que andamos juntos. Como em qualquer família de verdade surgem de vez em quando alguns atritos, mas nada que não se resolva. Aliás, a história recente desta “família” mostra como têm sido fantásticos estes anos em que estamos juntos e como o “pessoal” se diverte muito.

O "Jantar do Mês" é muito apreciado pelo grupo. Como define esse momento?
É um momento muito giro, porque o grupo tem oportunidade de conviver num ambiente diferente daquele que são os treinos e os jogos e, além disso, todos têm oportunidade de se conhecerem melhor. Penso que deve continuar.

Sente-se que há grande cumplicidade entre todos os seccionistas (que partilham do entusiasmo e boa disposição da equipa). Essa é também uma das alavancas do bom funcionamento do grupo?
Penso que sim. Gostamos muito, mas mesmo muito, de estar com os miúdos e de “trabalhar” para eles.

Nos escalões mais jovens o apoio e acompanhamento dos pais dos atletas são fundamentais. A esse nível como estão as coisas a funcionar?
No nosso grupo as coisas sempre funcionaram muito bem. Qualquer saída é motivo de “festarola” e, este ano, penso que não vai ser diferente porque a maioria dos pais são os mesmos e os novos de certeza que se vão deixar “contagiar”. Estes momentos, vividos intensamente e verdadeiramente, fazem muito bem à alma e substituem qualquer anti-depressivo.

A equipa A entrou muito bem no campeonato, com uma vitória sobre o Olivais por 106-40, num jogo que valeu também pela alegria, entusiasmo e pela dinâmica existente no grupo e em torno dele. Como viveu esse momento e o que considera que ele pode trazer de positivo para toda a época?
Obviamente que foi um momento fantástico, até porque poderíamos ter ganho por mais. Além de que (e vou fazer aqui uma “confissãozita”, porque ninguém vai ler esta entrevista e penso que é um "pecado" comum a muita gente, portanto estou à vontade) ganhar aos clubes da cidade tem sempre um “gostinho especial”. Porque será? Será tradição? Voltando ao que interessa, penso que a diferença de pontos não é muito benéfica para o desporto, porque a competição e o respeito pelo adversário podem ser postos em jogo, uma vez que os miúdos podem ficar a pensar que são “os maiores”.

Como dirigente e como mãe de um jogador, como encara a questão da conciliação do basquetebol com os estudos?
A conciliação é perfeitamente possível. Mas para que esta dupla funcione é necessário querer (e não é preciso quererrrr muiiiito, basta querer). Claro que os nossos “passarinhos” necessitam do apoio incondicional de todos, principalmente da família. Estou à vontade para fazer esta afirmação e servir de testemunho e incentivo, porque tenho a experiência do meu filho mais velho, que esteve sempre presente na selecção distrital e também na nacional, inclusivamente passou um ano lectivo/desportivo, então no 9.º ano, no Centro de Alto Rendimento do Porto e conseguiu perfeitamente conciliar o desporto com os estudos a ponto de, apesar do esforço desportivo que era exigido, na escola ter estado sempre no “quadro de honra”.

Mensagem que gostaria de deixar para a equipa e para os visitantes do nosso blogue?
À equipa só lhes quero pedir que mantenham o espirito de alegria, camaradagem e vontade de trabalhar para que possam chegar o mais longe possível. E, por favor, nunca, mas nunca mesmo, deixem de lutar para serem FELIZES. Aos visitantes do blogue peço todo o apoio no sentido da divulgação da “Secção de Basquete” do Clube PT, para que “quem de direito” dê pela existência de cento e tal atletas que trazem à cidade muito(a)s outro(a)s atletas, muita alegria, muita vontade de viver de uma forma saudável e, claro, que também muitos, mas mesmo muitos cestos sejam marcados, que correspondam a muitos mas mesmo muitos pontos, ou seja, muitas vitórias.

Na próxima semana entrevista de Francisco Pimenta, um dos "capitães" da equipa B

7 comentários:

Anónimo disse...

MUITO BOA INTREVISTA.
Parabens Dona Dulce, concordo plenamente com as suas ideias.
parabens
força pt

PedroM disse...

Muito bom.

Anónimo disse...

Aqui está uma senhora pela qual eu tenho e terei um grande respeito. É um exemplo de dedicação e paixão pelo basquete e sobre tudo por este grupo, que citando as palavras de um "velho" amigo meu, é um grupo fantástico.

Quero dar ainda destaque a um comentário que esta GRANDE senhora faz, que é "... mas por muito que se diga o contrário as vitórias são “fantásticas”." ,e é verdade, e se qualquer pessoa for perguntar a um miudo que jogue em iniciados, basta começar por este escalão, o que eles gostão mais no basquete a resposta será mais que evidente, eles dirão ganhar. E este grupo apresenta uma dedicação e um empenho excelente, tanto nos treinos como nos jogos, mas ainda têm muito a aprender, mas tenho a certeza que perto do nacional a equipa estará muito forte mesmo, digo isto, porque para além dos "putos" serem muito bons, também há os seccionistas, os directores e os treinadores que são FANTÁSTICOS.

Só quero desejar muitas vitórias a estes miudos, e lembrem-se que dentro de um campo de basquete se querem ser respeitados pela bancada e pelos adversários, comecem vocês por dar o exemplo e respeitem-os, não menosprezando os adversários, por mais carências que eles tenham.

1 grande abraço para os miudos, directores, seccionistas e para o tozé e treinadores adjuntos

BehindBlueEyes disse...

BOA ENTREVISTA!

R&c@RD0.5 disse...

BOA ENTREVISTA...

R&c@RD0.5 disse...

boa ENTREVISTA...

Andr�#15 disse...

Boa Entrevista!